Corre nas asas da Mariposa, a eletricidade da revolução, do olhar irreverente do artista mambembe, do doido dono de circo e de todos aqueles que se arriscam na caixa preta do teatro. Assim como o cobre é o condutor nobre da fantástica energia elétrica, a poesia se manifesta como a grande mágica que faz tudo funcionar dentro da caixola que é a imaginação humana.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
VAZIA LUNA
Vai Antônio
Deita e dorme
No cimento frio de terceira
Da frieira
E te aquece com a ordem do teu sono.
Te guarda
Neste quarto de chão.
Quadrado sem parede,
Sem teto e sem rede.
Calçado de milady
Que pisa no teu travesseiro,
No teu quarto de amor.
Esquece as estrelas
Pois não olham mais por ti.
Marquises são paisagens
No teu salão de beleza
E nem a lua mais é cheia.
A lua é vazia,
Vazia luna,
Vasilha durma.
Somente lembras do teu terço
Que apegado em cócoras
apavorado rezas
Para amaciar o berço
e bebe
o sebo da noite a mil
tão incerta.
Foto: Galba Nogueira Francisco
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