quarta-feira, 3 de agosto de 2016

CULPADO

Não culpe a poesia
pelo nosso mau poema
nem bata no fonema
ou na rima inadequada.
Não foi a lírica mal tratada
que acabou com nosso amor.

Se o verso não deu certo
bote a culpa na amargura,
na inspiração mais feia e dura
do coração do escritor.

Não fale mal de Manoel,
de Drummond ou Patativa,
nem Pessoa ou Bandeira
me ensinaram ser ruim.
Não olhe atravessado
ou dê rasteira
quem com os versos fez do mundo
o lugar melhor de mim.

Não mande prender
Meu Bilac ou Camões,
quem não souber encantar,
Fui, mais ninguém,
a letra das tuas canções.

27 de julho de 2016

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